segunda-feira, 28 de março de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

barca do inferno: parvo



Depois do julgamento do Fidalgo e do Onzeneiro, eis que ao cais chega Joane, o Parvo. Agora que conheces a dinâmica do Auto da Barca do Inferno, procura adivinhar o que vai suceder nesta cena, referindo o percurso cénico da personagem, os argumentos trocados com o Diabo e o Anjo e a sentença final.

Vem Joane, o Parvo, e diz:
PARVO: Olá, ó barqueiro!
DIABO: Lá vem este desgraçado…
PARVO: Para onde vai esta barca?
DIABO: Vai para o inferno.
PARVO: Inferno? O que é isso?
DIABO: É terra do paraíso, mas não importa. Como vieste aqui parar?
PARVO: Foi um piano que caiu em cima de mim e morri.
DIABO: Que pena! Mas a minha barca já está cheia?
PARVO: Está, mas não vejo ninguém aqui. Vou ver se tenho sorte noutra barca.
DIABO: Vai ver, e não voltes.
Chega o Parvo ao batel do Anjo e diz:
PARVO: Olá, ó barqueiro!
ANJO: Bem-vindo à barca da glória.
PARVO: Obrigado. Para onde vai esta barca?
ANJO: Vai para o céu. Diz-me lá como morreste?
PARVO: Caiu-me um piano em cima e morri.
ANJO: Isso sei eu. Então queres vir para o céu.
PARVO: Sim, quero. Tive muitos pecados?
ANJO: Não tiveste, portanto mereces subir para esta barca.
PARVO: A sério. Muito obrigado
ANJO: Anda lá, que não temos muito tempo a perder.
E embarca.